6.5.14

QUEM É VOCÊ, ALASCA?, John Green

Expectativa. Muita expectativa. Mesmo sem ler a sinopse (minha promessa para não superestimar os livros antes de ler), eu tinha muita expectativa acerca de Quem é você, Alasca?. Esse que mundo afora é anunciado como o melhor livro do John Green, sendo que eu só li A Culpa é das Estrelas até agora foi fantástico. Era inevitável esperar muita coisa desse livro e comecei-o sem o mínimo de ideia de sobre o que ele se trataria, qual seria o pano de fundo, etc. Aqui nós temos Miles Halter, um garoto que estuda em uma escola pública na Flórida, não tem amigos e é fissurado em últimas palavras. Como assim? Ele vive descobrindo e decorando as últimas palavras das mais diversas personalidades. Miles então decide sair de sua escola atual e ir para Culver Creek, uma escola interna, no Alabama, onde o seu pai estudou, em busca do Grande Talvez, que seria a possibilidade de sua vida ficar mais interessante, expressão retirada da sua coleção de últimas palavras. Lá, ele encontra uma realidade muito diferente da que vive e acaba conhecendo seu primeiro grande amigo e a primeira paixão. Uma garota espevitada e extrovertida chamada Alasca Young. Antes eu citei as minhas expectativas e, claro, durante toda a leitura eu ficava esperando algo que fosse me surpreender, o que provavelmente tirou um pouco da magia do livro porque este, por sua vez, é bem simples. Trata-se de uma trama de YA comum aos olhares crus das primeiras páginas. Porém, John Green começa a envolver-nos aos poucos com seus personagens, todos eles bem diferentes, porém, sempre com algumas características parecidas com os de seus outros livros (embora esses sejam os "originais", uma vez que foi o primeiro livro dele) e é bem legal acompanhar o cotidiano de Miles em Culver Creek, suas descobertas e a forma como o autor trata isso é com bastante delicadeza, sutileza, o que deixa a aproximação ao personagem imperceptível e certeira. O livro é dividido em dias que precedem um determinado ponto da história e depois por dias que o sucedem, isso me deixou bem curioso com que aconteceria depois daquela contagem. O chato foi que, depois de algum tempo, eu já fazia ideia e assim que aconteceu, não fiquei nem um pouco surpreso, ou tocado, ou qualquer tipo de sentimento que todo mundo sentiu ou que o autor quis plantar. E, depois, a gente acompanha a consequência daquilo e foi meio que bem boring e perdurou por umas trinta ou quarenta páginas. Foi bem pouco, se comparado às partes boas do livro, mas as minhas expectativas me fizeram pensar que tinham sido bem mais. Porém depois, a partir da página 170, até a 220. Aí gente, é só amor! Foi tão estranho porque até então, eu não estava sentindo nada com nada, tava só lendo, meio que revirando os olhos com aquelas cenas chatinhas, até que quando ocorreu a mera menção de me despedir desses personagens, comecei a sentir tudo. A me sensibilizar com o que era retratado nas páginas, a já sentir a perda de depois do final do livro... É um bom exemplo de que a gente só dá valor a alguma coisa quando perde. E acrescentando mais pieguice a essa resenha, só aproveitamos um livro plenamente sem expectativas. E sem, elas, eu teria aproveitado bem mais esse livro. Enfim, não deixa de ser altamente recomendado.

4/5

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