6.3.14

AZUL DA COR DO MAR, de MARINA CARVALHO


  Novo Conceito,  336 páginas.
Capa veranística,  título veranístico, sinopse despretensiosa. Azul da Cor do Mar me ganhou pela curiosidade e foi o que mais me chamou atenção dentre os lançamentos de fevereiro da Novo Conceito, que me foram enviados. O livro conta a história de Rafaela, uma estudante de Jornalismo da PUC que ganha um estágio no jornal Folha de Minas. Bem romântica, a garota sonha há dez anos ininterruptamente com o mesmo cara, um garoto que ela viu na praia quando era uma criança, isso a impossibilitou de se envolver seriamente com homens a sua vida toda. Realizando um grande sonho trabalhando com jornalismo investigativo, ela recebe um grande balde de água fria ao ver que nem tudo é como ela esperava, quando conhece o seu parceiro de editoria, Bernardo. O cara parece fazer tudo para complicar a vida dela, recebendo o carinhoso apelido de “Cria de Satanás”. O livro acompanha Rafaela em sua jornada no autoquestionamento. Até que ponto os sonhos são capazes de sobrepor-se à sua vida? Eu simplesmente adorei este livro porque, mesmo que não tivesse pretensão, comecei a leitura com alguns preconceitos. Não sei, acho que saí da leitura de um livro da Paula Pimenta, imaginado que Marina Carvalho nunca me agradaria como a primeira me agrada em seus livros chick-lit. Com uma personagem mais adulta, porém com a mesma temática feminina dos livros de Paula, Marina desfez os meus preconceitos aos poucos, conquistando-me a cada capítulo, mostrando sua história de forma bem leve, envolvendo-me com bastante vontade. Esse livro não tem nenhum atrativo que vá se destacar dentro os outros que têm por aí, mas essa é a grande ideia. Afinal, a autora tinha em mãos vários limites e clichês próprias e soube fazer um verdadeiro baile com poucos componentes. A personagem é praticamente uma personificação do clichê, embora Rafaela tenha me agradado em diversos momentos, essa coisa de ter dois pés-esquerdos me lembrou praticamente cem por cento das personagens femininas nos livros, de gêneros variados. A mesma coisa aconteceu em Crepúsculo, em Cinquenta Tons, em As Bruxas de Oxford... E eu realmente não sei o motivo disso. Seria uma tentativa de apelo para o público feminino? Ou então para poder preencher páginas com os inúmeros acidentes que acontecem à toa? Mas acho que acaba retratando a mulher de forma bem errada, ainda como aquele ser submisso que precisa ser salvo a todo momento. Como disse, a autora conhece os seus limites, e talvez esse seja meio que o limite para agradar o público chick-lit, pois mais que mostrem mulheres “independentes” e modernas, tem que ter aquele herói masculino, o grande salvador da mocinha indefesa, SEMPRE. Não que a mocinha não vá ter um par, isso é meio que impossível, mas os protagonistas não precisam ter necessariamente o mesmo biótipo. Fala sério! Mas apesar de tudo, eu curti o Bernardo J. A diagramação é super bonitinha, embora eu não tenha achado o motivo daqueles ícones estranhos quando as cenas mudavam entre parágrafos independentes e ache que a grafia dos e-mails e cartas pudesse ter um capricho maior. A capa é aquela coisa linda e solar que me chamou a atenção e a Novo Conceito tem esse papel com material mais resistente, grosso e muito cheiroso. Azul da cor do mar é um livro encantador, abrasileirado, extremamente água-com-açúcar, e uma aposta muito certa da Novo Conceito. Estou querendo ler os outros livros da Marina e espero que a editora continue publicando mais livros dela!

4/5

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