24.2.14

Resenha: Minha Vida Fora de Série - Paula Pimenta (1ª temporada)

Minha vida fora de sérieGutenberg, 404 páginas.

Fazendo Meu Filme foi uma série que me agradou de formas inimagináveis, todos os seus livros entraram para o meu hall dos favoritos e muita admiração foi adquirida pela Paula Pimenta, afinal ela é a cabeça por trás de tudo isso. E quando eu pensei que não podia ficar melhor, ela vai e lança uma nova série de livros, desta vez baseada em Priscila, uma das amigas da Fani de FMF. Uma garota que, assim como a amiga, tem uma grande paixão, só que a dela é por seriados de TV. O livro vai mostrar a Priscila mudando-se para uma nova cidade basicamente sem conhecer quase ninguém e, no alto de seus treze anos, apaixonando-se perdidamente pela primeira vez. Esse livro é bem leve e despretensioso e você consegue ler em uma sentada só, ou bem rapidinho. Esse não foi o meu caso. Mas eu posso explicar. O fato é que Minha Vida Fora de Série é um livro tão bom, leve e despretensioso que as suas quatrocentas páginas subitamente não são mais necessárias. É tão gostoso acompanhar a vida da Priscila que nem dá pra perceber o tempo passar. Mais uma vez a escrita da Paula Pimenta está impecável, tem aquela leveza e aquela coisa de mostrar os trejeitos de um adolescente de uma forma não tão fantasiosa, mas também não tão realística. De colocar o tempo todo bilhetes, cartas e e-mails e deixar o livro inegavelmente mais dinâmico. Também tem aquilo de ela fazer personagens tão apaixonantes que fica impossível não torcer por eles. Em alguns momentos, é possível notar uma certa semelhança entre as vozes de Priscila e Fani, mas a Paula logo faz por diferenciar as duas com diferenças bem notáveis de personalidade. Também dá pra ver que existe uma característica  em comum entre os mocinhos, mas talvez seja pelo fato da autora sempre dar um fim de comédia romântica para seus livros, o que não é nada ruim. Todo mundo gostaria de ter pessoas como o Rodrigo e Leo em suas vidas, definitivamente, e acho que isso é o mais importante. O mocinho é basicamente a idealização da pessoa perfeita, com alguns erros de percurso (rs) e, como acontece com Fani x Priscila, existem diferenças de personalidade entre eles. Eu adorei o desenvolvimento do enredo, embora o livro tenha sido um pouco lento no início. Algo que já vem acontecendo desde FMF. A história demora um tantinho pra engrenar, mas acredito que a autora prefere ir deixando a gente conhecer o terreno primeiro antes de desenvolver. Em Minha Vida Fora de Série, Paula Pimenta aproveita coisas que deram certo nos livros anteriores e evolui no primeiro livro de uma nova série que tem tudo para dar certo. O desfecho é aquela coisa de comédia romântica mesmo, confesso que o clímax era uma coisa pela qual já esperava talvez por já conhecer a dinâmica de enredo da Paula e, quando aconteceu, só faltava eu bater a minha cabeça na parede, principalmente quando via que tinha como aquilo se acertar e que era uma ideia ruim desde o início. Com algumas surpresas no final, uma promessa para o próximo e um sentimento de perda, encerrei a minha leitura bem sucedida de MVFS com uma recomendação. Por favor, leiam esse livro, é muito amor <3 


4,5/5

19.2.14

Resenha: O Que Há Por Trás - Bárbara Lorentz

O enredo de O Que Há Por Trás baseia-se na história de Melissa e Thiago, dois jovens, que são primos, e se envolvem em um caso tórrido de amor. Inicialmente, mantendo em segredo o relacionamento, eles acabam sendo surpreendidos pelo pai de Melissa que, além de descobrir sobre os dois, acaba por decidir tentar fazer de tudo para separá-los, deixando bem claro que não aprova o romance, mesmo que para os dois, seus motivos sejam bem descabidos. Quando Thiago vai passar um final de semana na casa da garota, eles aproveitam todos os momentos que podem para namorar, escondidos. Mas uma revelação bombástica abala permanentemente as estruturas do casal e Melissa imediatamente se afasta de quem parecia ser o amor de sua vida. 

Eu comecei a ler O Que Há Por Trás com muita curiosidade, muita sede ao pote. Talvez pelo fato do tema do amor proibido e adolescente e esse tipo de história geralmente me agradar. Babi tinha uma premissa excelente em mãos e tudo ornava para que ela tivesse sucesso absoluto em sua primeira façanha como escritora. Não vou dizer que este livro foi de todo ruim. Ele, como todos, tem seus pontos fracos e fortes e, sendo uma leitura algo totalmente suscetível a opiniões, teve bastante gente que gostou. Porém, pra mim, alguns fatos não conseguiram passar tão batidos. Primeiramente, a autora possui uma certa deficiência com os diálogos. Faltou aprofundação em tudo. Não é obrigação do autor ter uma história com diversas subtramas ou coisa do tipo, mas ela deu pano pra tudo isso e não desenvolveu.

Em diversos momentos importantes do livro, esperava por um destaque maior, o que não foi dado, na maioria dos casos e quando ela se permitia desenvolver algo, era um pouco decepcionante pela forma como fazia. A mudança constante de Pontos de Vista contribuíram para o meu pensamento de que o texto seria de muito agrado para o público de fanfics que acredito que Babi também escreva, mas como livro não teve tanta funcionalidade. Os personagens acabaram tornando-se uma única voz, tendo em vista que nenhum deles era desenvolvido o bastante ou tinha personalidade marcante. Acabava confundindo-me com as mudanças e isso foi um grande problema. O livro possui algumas cenas de sexo, sim, e isso não é problema algum. Mas deu a impressão de qua a autora desenvolvia mais esse tipo de cenas do que as cruciais, que deveriam estar muito melhor trabalhadas.

O desfecho é algo bem rápido, pareceu-me um pouco preguiçoso e súbito demais. Por outro lado, a forma como ela resolveu esse problemão criado me agradou sim, embora com algumas páginas a mais retratando o caso, sem dúvida, faria da coisa toda muito melhor e quem sabe seria a grande salvação deste livro. O que há por trás é um livro que, para uma estreia, é bastante corajoso, tendo em vista o tema delicado que a autora decidiu retratar. Foi uma leitura rápida, porque a escrita da Bárbara é muito boa e devorável e espero ler os outros livros dela em breve para tirar uma conclusão maior. Como muita gente gostou do livro, não vou retirar minha recomendação. Porém, se você acredita/possui uma opinião semelhante a minha, te aconselho a ler com um pouco de cautela.

Editora: Independente
Autora: Bárbara Lorentz
Série: Livro Único
Título original: O Que Há Por Trás
Páginas: 248
3 de 5

17.2.14

Resenha de filme: As Crônicas de Nárnia - O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (2005)


Ao ler As Crônicas de Nárnia, boa parte do meu preconceito com a série se foi, parei de torcer o nariz quanto ao fato da série ter uma ambientação medieval (em boa parte do tempo) e ser repleta de animais falantes, coisa comum em livros de fantasia. Mas ainda faltava assistir os filmes (acabo de descobrir que existiu uma versão muito mais antiga destes livros e estou completamente interessado em assistir) e aqui estou, fazendo a resenha, depois de completar minha jornada assistindo a película de O leão, a feiticeira e o guarda-roupa. Para começar, devo dizer que a adaptação feita pela Disney não poderia ter sido melhor escolha, afinal Nárnia, apesar de tudo, é uma história com apelo infantil, personagens infantis, etc. E o melhor de tudo nas coisas produzidas pela Disney é que nós temos a inocência infantil sem o conhecido cunho acefálico dado a produções para o público mais jovem, somado à qualidade de efeitos visuais e devida aprofundação à história.

Acompanhamos uma história muito fiel à escrita por C. S. Lewis muitos anos atrás, com os nossos irmãos Pedro, Susana, Lúcia e Edmundo sendo introduzidos a um mundo completamente novo depois de descobrirem uma passagem secreta em um guarda-roupa. Uma vez lá dentro, eles acabam descobrindo sobre uma profecia que promete dar fim ao terrível reinado da Feiticeira Branca, que transformou Nárnia num mundo de gelo. Primeira coisa que gostaria de enfatizar é que a interpretação de Georgie Henley que faz a Lúcia me deixou completamente sensibilizado. Gente, ela
é uma menina tão pequenininha, miudinha e fofinha, ao mesmo tempo em que tem o dom de um adulto formado, com expressões e trejeitos muito característicos. Fiquei impressionado. Em dados momentos, quando via a pequena Lúcia chorando ou triste era muito difícil eu não ter a mesma reação que ela. E olha que sou uma pessoa fria de sentimentos quando se trata de ficção, haha.

Os outros irmãos também tem uma interpretação admirável, uma vez que todos eles possuem pouca idade para tal. Mas o outro destaque desse filme, sem dúvidas, foi a Tilda Swinton, uma das minhas atrizes favoritas, mesmo que seu personagem como Feiticeira não tenha o merecido destaque (sempre vou achar que a Tilda deva ser sempre a protagonista), sua interpretação é bem arrepiante, fria, exatamente do jeito como ela pede. Os efeitos especiais também são o grande trunfo deste filme, tenho certeza de que deve ter sido difícil fazer todos aqueles animais falantes e outras coisas mais. E todo meu amor para a Disney que fez essa reprodução incrível de Aslam, esse leão é tão lindo, mas tão lindo <3 E quando ele fala, parece que, sei lá, leões realmente consigam falar.

Apreciei bastante esse tempo que passei vendo O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, muito mais do que achava que iria e me arrependo muito por não ter assistido esse filme antes. Já estou lendo Príncipe Caspian pra poder ler o segundo filme que foi lançado pela Disney e vou procurar pela interwebs pra ver se dá pra assistir este filme naquela versão super antiga, caso dê e eu tenha material para resenhar, pode ter certeza de que apareço por aqui. Então, deixo aqui uma recomendação enorme, porque Nárnia, apesar de ser high-fantasy, infanto-juvenil-mais-para-infantil, porém mesmo não sendo mais criança você vai se permitir imaginar ou apenas se divertir com essa história incrível. Muito bom!

Assista ao trailer!

12.2.14

Resenha: O Cavalo e Seu Menino - C. S. Lewis (As Crônicas de Nárnia #3)

Na terceira aventura de As Crônicas de Nárnia, nós acompanhamos a jornada de Shasta, um garoto pobre filho de pescador, que ao descobrir que não é seu filho, parte em uma jornada em busca de um lugar do qual ficou sabendo por intermédio de seu cavalo. Sim, Shasta possui um cavalo que fala, seu nome é Bri, e junto de uma princesa fujona e outro cavalo falante, eles partem em uma viagem para Nárnia. Mas as coisas se tornam mais complicadas do que eles imaginavam, o caminho longo está repleto de surpresas e sem perceberem, nossos personagens se veem no meio de uma guerra iniciada por um príncipe egocêntrico que, para conseguir uma das rainhas do país, decide tentar conquistar a terra de Nárnia.

Sim, eu demoro bastante para ler os livros d'As Crônicas de Nárnia. Eu não devia fazer isso, porque todos os volumes que li até agora são muito bons. C. S. Lewis tem uma forma atual e leve de escrever, em alguns momentos conversando diretamente com o leitor. Talvez sua linguagem fácil seja por conta do livro ser mais voltado para o público infantil, mas de qualquer forma, sua escrita é louvável e sempre é um dos pontos que mais me agradam nos livros. E as histórias são bem curtas e bem trabalhadas, mesmo com poucas páginas, você se vê rapidamente envolvido para o que o autor quer passar e, mais uma vez batendo na tecla do tempo em que foi escrito, os personagem soam bastante atuais. Além de passar para nós a realidade, este livro contém uma dose incrível de fantasia.

Porque O Cavalo e seu Menino é assumidamente uma história de fantasia. Mais uma vez nos encontramos mergulhados no mundo rico de mitologia de Nárnia, que acompanhei a criação em "O Sobrinho do Mago", o primeiro conflito em "O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa" e agora nós vemos um centralização do personagem de Shasta e suas descobertas e com um diferencial: desta vez a história se passa totalmente dentro do mundo paralelo em que Nárnia e as outras cidades se encontram. Shasta é um personagem bem agradável, como um bom protagonista infantil, ele é teimoso e aventureiro. Aravis tem um bom desenvolvimento, assim como Hui e Bri, os cavalos tem uma participação de suma importância para a história. 

Tendo em vista os outros livros até agora, este é o que teve menos importância para o desenvolvimento da série. Já que é concentrado em um personagem e mais em sua jornada do que o que acontece quando ele chega lá, poucas coisas que realmente afetam Nárnia acontecem de fato neste livro. Mas isso não quer dizer que ele tenha sido ruim, muito pelo contrário. Novamente destacando a escrita de C. S. Lewis, que me deixou de boca aberta, tamanha qualidade presente nela. Resumindo, apreciei bastante a leitura de O Cavalo e seu Menino e espero não demorar tanto para ler um livro da série (tenho o volume único desde 2011 e só fui começar a ler em 2012!). Por fim, recomendo esta leitura e estou bastante ansioso para o que me aguarda nos livros sucessores de Nárnia.

Editora: Martins Fontes
Autora: C. S. Lewis
Série: As Crônicas de Nárnia - Livro Três
Título original: The Horse and His Boy
Páginas: 189
4 de 5

10.2.14

Resenha: Poseidon - Anna Banks (O Legado de Syrena #1)

A história de Poseidon concentra-se em uma garota chamada Emma que é apresentada em uma temporada de férias com a amiga Chloe na Flórida a um garoto de beleza excepcional de nome Galen, ela imediatamente fica extremamente encantada. Mas não é esse acontecimento que se destacará dentre os ocorridos, neste mesmo dia, uma coisa terrível acontece a Emma, deixando-a extremamente debilitada emocionalmente. Já de volta à Nova Jersey para o início das aulas, Emma depara-se com a surpresa de reencontrar Galen, que parece estar seguindo-a. Mas Galen parece que quer mais do que apenas importuná-la, ele lhe conta coisas que ela até então não sabia sobre si mesma, levando-a a uma jornada, apresentando a ela a raça dos Syrenas, criaturas metade-humanas metade-peixe que vivem no mar, a qual aparentemente ela pertence.

Eu gostei bastante deste livro e, sinceramente, não sei definir em uma frase concisa os motivos de tê-lo feito. A verdade é que, desde as primeiras páginas, me vi perigosamente envolvido com esta história. O modo como a autora o leva, em uma escrita altamente devorável, simples, com seus devidos devaneios e descrições, tudo na medida certa. Quando ela devia ser mais contida, ela era, quando devia falar um pouco mais sobre os sentimentos dos personagens, o fazia com maestria. Como meu primeiro contato com Anna Banks, não posso poupar-lhe elogios. A construção dos personagens, por sua vez, deixa um pouco a desejar. Mesmo que justificado, essa coisa da Emma cair a cada cinco minutos e ter um acidente quase ridículo em determinada parte, me pareceu bastante forçado e não me convenceu nem um pouco. Galen até que é legal, mas em dados momentos ele se torna extremamente controlador, embora esse comportamento não seja aplicado a Emma, por motivos da garota ser bastante teimosa (e um pouco irritante também).

A mitologia é bem interessante e, mesmo que seja um pouco confusa no começo e ainda acredito que hajam milhares de coisas a serem explicadas e desvendadas no mundo dos Syrenas. Os capítulos são alternados em primeira e segunda pessoa, sendo esta segunda pessoa narrando basicamente as partes de Galen, o que ajuda bastante a estabelecer um apelo entre os dois protagonistas. O desenvolvimento do enredo foi algo que me pegou muito de surpresa. Porque, Poseidon é um daqueles livros que chega de fininho, agradando por motivos desconhecidos, talvez a escrita boa, ou o assunto sendo tratado de forma interessante e nova e depois vem com um final completamente surpreendente. Mas, que nem de longe é uma coisa que não se adequa ao ritmo que nas páginas anteriores tinham sido empregados, como vejo acontecer em muitos outros livros que também são classificados como "parados".

Vi muita gente falando sobre esse livro não ter muita ação, mas acredito que a causa seja por conta de ele ser o primeiro livro de uma trilogia e não é uma falta de ação que te deixa entediado, eu garanto. Porque, como já disse antes, o livro tem uma escrita devorável e poucas páginas. E a razão desse enredo deveras surprendente ter me agradado, diferentemente de alguns livros com ritmos parecidos, foi a autora não querer dar um voo maior do que as asas permitiam. A todo momento, ela estava consciente de seus limites, parecia saber onde queria chegar (enchendo liguiça em alguns capítulos, devo admitir, mas mantendo um ritmo bom). Ela sabia tanto onde queria chegar, que o livro todo encaminhou-se para esse desfecho que não parece ter sido tirado de outro livro, ou pensado de última hora, muito pelo contrário. Teve muito planejamento aqui, por sinal. Então é isso, curti muito a leitura de Poseidon porque foi uma leitura sem preconceitos e expectativas, ele surpreende, entretêm e pronto, isso já é bom o bastante, por enquanto. Mas, é claro, a gente sempre espera uma evolução. E com a minha recomendação, deixo aqui a declaração de que espero avidamente pela continuação da história!

Editora: Novo Conceito
Autora: Anna Banks
Série: O Legado de Syrena - Livro Um
Título original: Of Poseidon
Páginas: 288
4 de 5

7.2.14

Resenha: As Feiticeiras de East End - Melissa De La Cruz (A Família Beauchamp #1)

A história concentra-se nas três mulheres da Família Beauchamp que vivem como pessoas normais depois que sua magia foi extraditada. Apenas vivendo com seus "dons naturais", a magia especial que já vem com a bruxa, elas usam-nos quando podem, auxiliando os moradores da cidade em que moram, North Hampton. A mãe, Joanna, tem o poder de ressuscitar pessoas do mundo dos mortos. Suas filhas são Ingrid e Freya, a primeira consegue ver o futuro e a outra consegue fazer encantos de amor e desejo com os drinks preparados no bar em que trabalha. Mas a aparência de "normalidade" começa a se desfazer quando, logo após as feiticeiras começarem a usar sua magia com mais força do que o prometido ao Conselho, diversos acontecimentos terríveis começam a assolar a cidade até então pacata. Elas começam uma busca para saber o motivo desses acontecimentos, que elas desconfiam estarem sendo executados por forças do mal.

Esse livro foi uma leitura lenta. Mesmo que ele não tenha lá muitas páginas, a autora arrastou bastante a história até o ponto mais crítico. Eu não aguentava mais acompanhar eventos que pareciam não ter importância no livro, assim como a troca constante de narrativas (elas se concentram nas três mulheres) não me ajudou a familiarizar com nenhuma das feiticeiras. Com muito tempo até que a verdadeira magia comece a se aflorar nas páginas, fiquei muito entediado no começo, até mesmo deixando o livro na metade para ler outro. De volta, comecei a ler com mais rapidez, mas ainda não me agradava o ritmo da história. Toda essa coisa da cidade pacata e de algumas relações que me pareceram forçadas são um dos piores defeitos do livro, assim como a escrita da autora que é cheia de firulas. Definiria a experiência como: Um porre!

As Feiticeiras de East End não foi um livro que me agradou. Impliquei com tudo, desde com seu enredo, à escrita, até mesmo a diagramação, que é uma coisa bem superficial a se apontar, me deixou com um pé atrás. Suas personagens são fracas, acompanhar a vida delas é chato porque coisas que parecem que não vão ter importância na história são narradas do começo ao meio do livro. Se for para escolher entre uma delas, escolheria Ingrid porque a sua história foi a que me manteve em pé durante a leitura, por ser a mais agradável. Mas isso não quer dizer que seja boa. Além das outras feiticeiras, não temos nenhum aprofundamento ou destaque de outro personagem na leitura, o que é uma coisa ruim. Se a autora queria nos sensibilizar em algum momento com algum outro morador da cidade, ela deveria ter pelo menos colocado um pouco de apelo em algum deles. Não me pareceu fazer isso em momento algum.

O desfecho é aquela coisa vapt-vupt e isso me deixou muito irritado. A autora me deixou no escuro o tempo todo, mostrando algumas coisas que eu não compreendia (e ela não explicava) e outras que não tinham nenhuma importância, pra no final trazer tudo rapidamente. Explicando coisas que pareceram meio avulsas no começo e coisas que ela devia explicar, juntando tudo numa caçarola, fazendo uma mistureba muito da ruim. Não gostei das explicações, pareceram forçadas. O livro tem uns 300 mistérios e 301 são resolvidos no final. Tipo assim: Não sei de nada -> Sei de tudo porque em tal dia eu pesquisei e é isso. (E aquela mistura de mitologias, sem o mínimo de explicação?) Você não tem nenhum indício de que os personagens estão fazendo alguma coisa pra resolver aquilo e no final eles parecem ter passado a vida toda sabendo daquilo, mas nem sequer lembravam disso. Um desrespeito mesmo. Odiei. E pra terminar, deixo aqui a confirmação de que eu não tenho um pingo de vergonha na cara quando digo que quero ler a continuação. Gente, mesmo que o livro tenha sido terrível, o jeito como terminou... A curiosidade me consome. E pra terminar, "As Bruxas de East End" é um livro que Não recomendo!

Editora: iD
Autores: Melissa De La Cruz
Série: A Família Beauchamp - Livro Um
 Título original: Witches Of East End
Páginas: 310
  1 de 5

6.2.14

5 motivos para Cassandra Clare fazer uma turnê no Brasil


Acho que quem me segue no twitter ou em qualquer outra rede social, já teve ter testemunhado um pouco dos meus surtos quando descobri que a Cassandra Clare viria para a Bienal de São Paulo. É claro que fiquei feliz pelos paulistas e pelas pessoas de outros estados que conseguirão ir vê-la, mas também fiquei bastante triste e incorformado com o fato de que até agora a Galera Record não se posicionou sobre uma possível turnê pelo país. Então, aí vão os motivos para que a autora rode todo o Brasil.

1. Os fãs!

Tenho certeza que, assim como em São Paulo, também existem milhares de fãs espalhados pelo Brasil que também estão muito tristes pelo fato de que não terão pelo menos um vislumbre da Cassie. Gente, mesmo que não tenhamos uma turnê por todos os estados, pelo menos os principais, porque já fica melhor pra quem mora perto ir vê-la.
2. Conhecer o Brasil

Cassandra já falou outras vezes que gostaria muito de conhecer o Brasil. E, mesmo que São Paulo seja um ótimo lugar, isso não é nem metade do que ela pode ver no Brasil. Tenho certeza de que ela tem muita vontade de conhecer o Cristo Redentor, assim como outros lugares que destacam o nosso país!
3. Aumento na venda de livros

Querendo ou não, quando um autor vem ao Brasil, é notável que sua popularidade aumenta, a partir do momento em que ele sai em reportagem em diversos sites e até em jornais. A curiosidade pode fazer com que, além dos eventos, a editora lucre ainda mais com a venda crescente de livros. E ainda tem o último pra vir, isso com certeza, deixaria todos ainda mais ansiosos para comprar Cidade do Fogo Celestial.

4. A simpatia de Cassandra Clare

Como já foi provado em muitas entrevistas e relatos de fãs, Cassandra Clare é uma das autoras mais fofas e simpáticas da literatura jovem atual, assim como uma das mais criativas e habilidosas. É injusto que apenas uma pouca parcela da nossa população vá chegar a conhecê-la. E por último e não menos importante:

5. A realização de sonhos

Não sei vocês, mas uns dos meus grandes sonhos é conhecer Cassandra Clare. A minha ideia de encontro perfeito seria encontrá-la em uma tarde, tomar café com pão de queijo e conversar sobre seus livros e seus personagens. Mas como isso é um pouco difícil de acontecer, super me contentaria se pudesse encontrá-la em uma tarde de autógrafos e ter os meus livros favoritos agraciados com o autógrafo de sua mão abençoada :)

Então, é isso. Esse foi um verdadeiro apelo para a Galera Record. No momento rezando para Deus e para o Anjo Raziel para que tragam essa mulher para o Rio e os outros estados. Se está comigo, por favor, façam o que acharem melhor pra divulgar essa mensagem. Inicio aqui a campanha #QueremosTurnêDaCassandraClareNoBrasil!

5.2.14

Resenha: Will Grayson, Will Grayson - John Green & David Levithan

Dois estranhos com o mesmo nome têm os destinos cruzados em uma noite fria em Chicago. Ambos completamente diferentes. O primeiro Will Grayson (será identificado nesta resenha com letras maiúsculas) está esperando para o final do show de uma banda em que ao invés de seus amigos, ele não conseguiu entrar por um erro na sua identidade falsa, ele acaba entrando nessa loja de artigos pornô, apenas por curiosidade e vontade de ter uma boa história para contar. O outro will grayson está ali para encontrar o seu caso de internet, Isaac, que não poderia ter escolhido um lugar mais estranho para se encontrar pela primeira vez. Conhecendo-se de forma bem inusitada, nós podemos acompanhar neste livro uma jornada pelos dilemas da vida de cada um, levando suas vidas em novas direções na descoberta e conhecimento do verdadeiro amor. É assim que eu definiria, Will Grayson, Will Grayson.

O livro começa introduzindo-nos aos personagens principais, com características bem distintas, o que torna bem fácil a distinção e a recordação rápida. Além dos personagens principais, também temos os notáveis e muito bem trabalhados Jane e Tiny (o amigo gay enorme e super gay de Will), além da mãe de will que pra mim também tem um destaque mas gostaria bastante se a história dela fosse desenvolvida um pouco mais. Também temos Gideon e Maura com papel importante na história. Agora, voltando para Tiny, ele também pode ser considerado como um protagonista, uma vez que a história depois de meado do livro torna-se só dele, o que não é nada ruim, visto que ele é um personagem incrível e com muitos (muitos mesmo) apelos de torcida. No começo, eu não consegui identificar muito bem as vozes dos autores. Tendo em vista que cada Will é escrito por um autor em capítulos alternados.

Mas, depois fica bem fácil. Não pela parte do David (que é responsável pelo will), já que nunca li um livro dele, mas sim pelo John Green que, assim como em A Culpa é das Estrelas (desculpem a falta de referências mas esse foi o único que li) coloca toda a sua nerdisse nos personagens, inclusive colocando uma teoria física como o "tema" de um casal. Eu ainda gosto muito da escrita do John, embora eu não seja nerd e não tenha entendido o que os personagens queriam dizer em boa parte do livro, tendo que recorrer ao google (algo ruim se você for ver que estava lendo em inglês e precisava também pesquisar por palavras desconhecidas durante a leitura), então foi na parte dele que eu mais pausei a leitura, o que tornou meio cansativo em alguns capítulos. David Levithan tem um estilo bem agradável, nos convence com seu personagem, mesmo que, ainda assim, prefira o Will de John Green.

O livro todo se encaminha bem para um final muito satisfatório. Confesso que esperava mais da relação Will Grayson x will grayson, mas também dá pra ver que os autores optaram por isso, afim de deixar os dois plots mais individuais para no final se cruzarem. Queria um desfecho mais explicativo e juro que quero muito assistir ao musical do Tiny, hahaha :) Will Grayson, Will Grayson é um livro no qual você não deve depositar muita confiança, porque será isso que lhe fará gostar tanto quanto eu gostei. É um livro bem despretensioso, que tem porções de coisas negativas e positivas, mostrando a ambiguidade e as diferenças de pessoas com nomes iguais podem apresentar. Uma parceria muito válida entre dois autores que pretendo conhecer melhor, em breve. Recomendado!

Editora: Penguin Books
Autores: John Green & David Levithan
Série: Livro único
Título original: Will Grayson, Will Grayson
Páginas: 308
  4 de 5

1.2.14

American Horror Story: Coven e o dilema da nova Suprema


Depois de uma temporada em um casa mal-assombrada por ex-moradores, uma em um hospício com enfoque em psicopatas e aliens, agora temos uma escola de bruxas em Nova Orleans e a diferença mortal entre as bruxas de magia branca e as praticantes de vodu. Ao mesmo tempo em que, internamente, a bruxa que detém o maior poder do clã (ou Coven) quer desesperadamente achar a sua sucessora, para poder dar um fim nela antes que seu poder se esgote e ela morra. Essa foi toda a história (superficialmente apresentada por mim) que esteve presente na trama de Coven e, assim como as temporadas anteriores de American Horror Story, essa teve uma deficiência ao não dar conta das inúmeras chaves de enredo e assuntos em que poderia se dar enfoque. As incríveis tramas não aproveitadas, os personagens sem importância ou que apareciam e desapareciam entre os episódios foi deixando a série cansativa, numa temporada que não mostrou a que veio até os momentos finais.


Se por um lado, a história foi deixada de lado, Ryan Murphy deu muito valor a toda a visão da coisa. Sem dúvida, cenas incríveis foram aparecendo semana após semana, visualmente dinâmicas, de te deixar de queixo caído. Logo no primeiro episódio, temos diálogos muito memoráveis entre as bruxas, a briga já memerizada de Queenie e Madison e a cena inicial, com Zoey. As cenas de vodu eram bem assustadoras e mesmo com uma personagem bem mala, Jessica Lange e sua Fiona conseguiu ser novamente uma das salvadoras da temporada. Queenie e LaLaurie também são destaque, principalmente quando começam a dividir cena. E Sarah Palson é muito amor <3 Com episódios bem confusos e falhos, Coven seguiu até os quatro ou cinco últimos episódios em que a coisa realmente esqueceu. Uma aliança inesperada e uma busca incessante pela nova Suprema traz vivacidade à história que traz um desfecho bem surpreendente que, assim como os outros de AHS, não decepcionou em nada. Mesmo com as eventuais deficiências de enredo, Ryan Murphy conseguiu levar mais uma temporada de sua incrível série, com um tema tão bom em mãos, ele poderia ter aproveitado tudo de forma infinitamente melhor, mas Coven não foi todo ruim. Espero uma melhora na próxima temporada, cujo tema ainda não foi completamente revelado. E todo fim de temporada de American Horror Story é aquela coisa de esperar que os seus atores favoritos apareçam na próxima. Enfim, deixo aqui a minha indicação que mais parece uma reclamação (risos), mas espero que tenha sido válida.