18.11.13

Review faixa-à-faixa: Lady Gaga - ARTPOP


A cantora Lady Gaga lançou recentemente seu mais que aguardado álbum ARTPOP, sucesso do Born This Way, o disco, querendo ou não, veio com a premissa de restaurar a imagem de hitmaker que a Gaga conseguiu com The Fame e The Fame Monster. Se ela irá conseguir? Isso nós não sabemos, porém aí está o que achei do álbum!

1. Aura - 5 estrelas

Quando eu escutei Aura pela primeira vez estava totalmente extasiado porque era a primeira coisa nova e concreta que tinha ouvido da Gaga em tempos. Esse solo de violão, a voz agressiva que ganhou alguns retoques na versão pro álbum, o refrão que contém um dos vocais mais poderosos da cantora. Aura é muito amor! E ainda vem recheada de crítica cultural e polêmica. Ótima pra abrir o álbum.

2. Venus - 5 estrelas

Se você pensa que em Venus diminuímos um pouco o ritmo, está redondamente enganado. Venus é a primeira faixa produzida inteiramente pela Gaga, é um pouco confusa por ter basicamente dois pré-refrões e um refrão que acompanham mudanças de batidas e desviam-se da melodia. A letra é inteligente e cheia de segundas intenções, a primeira de muitas menções à deusa Afrodite neste álbum.

3. G.U.Y - 5 estrelas <3

G.U.Y começa com uma recomendação de uma voz, dizendo para nos deitarmos e deixar que a música nos leve para posições novas. Essa é a premissa da canção, ela nos leva pra algo que a Gaga não fez antes, uma música pop-dance eletrônica com batida energizante e com um quê de psicodelia. E a letra é toda feminista e mais uma vez inteligente e metafórica. 

4. Sexxx Dreams - 5 estrelas

As quatro primeiras músicas contém sim um forte apelo sexual, assim como o resto do álbum, mas é em Sexxx Dreams que tudo se aflora. Declaradamente uma canção sobre uma paixão lésbica e masturbação. Tem um refrão que te leva pra outro mundo e a batida igualmente incomum, pelo menos na música pop atual.

5. Jewels 'N Drugs (feat. T.I., Too $hort and Twista) - 4 estrelas

Muita gente classificou essa como a faixa mais fraca de ARTPOP. Sim, de fato, dentre todas essa é a que menos se destaca. Na minha opinião, a música deveria conter mais explosão vocal da Gaga e algum tipo de interação entre ela e os rappers, apresentando seus nomes com um grito, que seja. Mas não é ruim, vale à pena pela produção carregada de batidas trap do DJ White Shadow.

6. MANiCURE - 4,5 estrelas

Essa é mais uma música feminista que utiliza de metáforas que podem ser confusas, obviamente colocadas exatamente para nos fazer discutir sobre. MANiCURE contém batidas fortes, expressivas e um pouco de trap no breakdown. Tem toda a energia que faltou na música anterior, funcionaria muito bem como single já que Gaga sempre está dispostas a empurrar as barreiras estabelecidas pela própria em sua música.

7. Do What U Want (feat. R. Kelly) - 5 estrelas + <3

O segundo e último feat. do álbum. Funciona de uma forma surpreendente boa, essa vibe oitentista da música combina muito com R. Kelly, assim como a voz dele combina com a da Gaga quando ambos se encontram na música, fazendo da música uma verdadeira colaboração entre dois artistas. A letra não poderia estar mais crítica. Gaga está despindo-se de própria, dizendo que não liga, entregando sua imagem ao mundo.

8. ARTPOP - 5 estrelas

Eu vejo a faixa-título como um hino à criatividade da cantora. Em deliberados momentos, ela pede que ARTPOP venha até ela, dizendo que o mesmo poderia significar qualquer coisa e que ambos poderiam significar qualquer coisa. Os versos finais Free my mind, ARTPOP. You make my heart stop. Não poderiam ser mais bem idealizados, a música toda é um conjunto incrível. O instrumental que se assemelha a um violino no fundo e um som que parece-se muito com teclas sendo apertadas combina com toda a atmosfera tecnológica que ARTPOP tem. Incrível!

9. Swine - 5 estrelas

Nesta música, Gaga descarrega toda a sua raiva. Tudo o que sente sobre si mesma e talvez de outras pessoas também. Mas a letra se destaca pouco por causa da peça de música eletrônica que temos aqui. A produção deixa a música energizante, com batidas psicodélicas e tratamentos na voz da cantora que apesar de parecerem estranhos à primeira vez, combinam perfeitamente canção. Swine é uma música pra pular, dançar e esquecer de tudo gritando a plenos pulmões "Swiiiiiiiiine" e, cuidado, porque o refrão é altamente grudento e tenho que falar do breakdown que se segue depois disso, é altamente cativante. 

10. Donatella - 5 estrelas

Nós saímos um pouco da atmosfera crítica e um pouco (só um pouco) mais séria do álbum. Donatella abre espaço à uma sequência de músicas mais irresponsáveis, digamos assim. Está claro que Gaga fez pensando apenas na diversão, quando nesta música faz referência à distúrbios alimentares na moda e entra no papel de uma mulher "loira, magra, rica e um pouco vadia". O refrão é um pouco confuso, mas muito bom. Uma homenagem para Donatella Versace, dançante até o pescoço. O "She walks so bad, like it feels so good" é o melhor da música, sem dúvidas.

11. Fashion! - 5 estrelas

O que é essa música? Meu Deus, uma produção do Will.I.Am que não tem cara de Will.I.Am. Vale contar que David Guetta também esteve presente na produção. Em Fashion!, Gaga mostra pra todos como se sente bem vestindo o que veste. O piano no começo da música é matador e eu acho a melodia bastante parecida com a Holiday da Madonna e o que é o "ooooooh" interminável da Gaga e os "Slay!" que são gritados durante a música?

12. Mary Jane Holland - 5 estrelas

Mais uma vez assumindo um novo personagem (?). Gaga declara todo o seu amor pela maconha ou apenas fala sobre a sua enorme vontade de ser uma mulher chamada Mary Jane Holland, se preferir. Essa música é linda, irresponsável e por falta de adjetivos, linda, novamente. Eu adoro o pré-refrão, o refrão e claro, a bridge não poderia passar despercebida com um dos melhores vocais da Gaga ever e um verso super bem bolado. "I know that mom and dad think I'm a mess, but it's alright because I am rich as piss. / When I ignite the flame and put you in my mouth, / the grass eats up my insides and my brunette starts to sprout".

13. Dope - 5 estrelas + <3

No começo, eu cheguei a falar que preferia I wanna be with you que era mais ou menos uma demo dessa música. Mas a forma como Dope me deixa pra baixo é de outro mundo. Isso não é uma coisa ruim, muito pelo contrário. A música contém uma emoção que é passada pro ouvinte e é super simples. Apenas um vocal bagunçado e meio bêbado de Gaga, um sintetizador que aparece timidamente em alguns momentos e o piano. Linda!

14. Gypsy <3

Eu fico sem palavras pra essa música. Ela fala sobre a estrada e sobre Gaga ter que abandonar as pessoas que ama para viver seu sonho. É a única música com produção do RedOne, que esteve por trás de Judas, Bad Romance, The Edge of Glory e outras. Soa bastante como essa última e tem um potencial incrível para se tornar um hino. O violão foi um ótimo acréscimo à canção, vocais perfeitos e é muito legal quando a Gaga cita o nome de vários lugares por onde ela já passou.

15. Applause - 5 estrelas

A cereja do bolo. Parece inferior às outras agora, mas possui o seu brilho próprio. Restaura o clima de festa e celebração que tinha cessado com Dope e Gypsy. Uma ótima música eletrônica, dentro dos padrões mas diferente ao mesmo tempo. Experimente ouvir com bons fones de ouvido! Estrategicamente colocada aqui para que pudéssemos ter um pretexto para aplaudir a cantora e ao mesmo tempo termos vontade de ouvir o álbum mais uma vez. Pelo menos comigo, é sempre essa sensação que acomete.

                                           5/5


16.11.13

Resenha de série: American Horror Story - Temporada 1

Aviso:  Oi, pessoal! Eu sei que tenho demorado eras para fazer uma nova postagem no blog é que meu nível de procrastinação aumentou nos últimos meses e meu ritmo de leitura diminuiu bastante. Mas, na medida do possível, vou tentar voltar ao normal.


American Horror Story sempre me chamou muita atenção. Seja pelos teasers e posters assustadores ou por ser escrita e dirigida pelo mesmo diretor de Glee, série que acompanhava no longínquo ano de 2010. O fato é, Ryan Murphy decidiu fazer uma série menos comercial, provavelmente sem pretensão nenhuma de que ela fosse durar e a fórmula fez tanto sucesso que a terceira temporada já está no ar, com promessas de uma quarta.

Cada episódio desta primeira, começa com um história do passado, explicando uma morte ou iniciando um mistério dessa casa macabra para onde a família Harmon se muda. Falando neles, a mãe Vivien, a filha Violet e o pai Ben, uma família que está passando por um período conturbado. A partir do primeiro episódio, passamos a acompanhar as desventuras desses personagens com os antigos moradores dessa casa.

Devo dizer, a série é um pouco confusa. São poucas as revelações realmente aproveitantes para o andamento da trama, os mistérios acabam por se acumular a cada episódio, na verdade. Apesar de ficar sem entender até basicamente os episódios finais, mas tudo bem. Creio eu que isso ajudou com que a atmosfera dramática e até um pouco pesada se mantivesse.

American Horror Story é uma série apaixonante que te prende do começo ao fim, muito bem escrita e idealizada. Com personagens altamente carismáticos e não falo apenas dos bonzinhos. Você se pega torcendo e em alguns momentos com muito momento do que está acontecendo ou inevitavelmente está para acontecer. O final foi incrível, mesmo tendo dividido opiniões do pessoal que assiste e não podia estar mais ansioso para a temporada 2. Recomendo!

5/5